sexta-feira, 13 de abril de 2012

Histórias de amor do caneco

José Moreno Carbonero, La conversión del duque de Gandía, 1884

"Tendo a imperatriz falecido em Toledo, e estando nessa época o soberano em Granada, encarregou o Duque de Gândia, um dos muitos apaixonados platónicos da bela imperatriz, de a conduzir até si a fim de a sepultar. Chegados lá, ao abrirem cerimonialmente o caixão de D. Isabel a fim de verificarem a identidade do régio cadáver, a sua decomposição ia já avançada, destruindo a formosura da mais bela mulher daquele tempo. Segundo a lenda, perante a hedionda visão do seu cadáver descomposto o ainda Duque de Gândia, casado com a portuguesa D. Leonor de Castro, uma das suas damas, e que tanto e tão longamente amara a linda imperatriz à distância, jurou nunca mais servir a senhor humano algum, e optará pela vida religiosa ingressando na Companhia de Jesus." (daqui)




6 comentários:

  1. "Nunca mais servirei senhor que possa morrer"

    conheci isto no livro do Pedro Sena Lino "zona de perda/livro de albas"

    ficou sempre a ecoar na minha cabeça

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  2. Nunca li o livro do Pedro Sena Lino...

    Este é um poema muito forte. acho muito interessante aquela ideia do rosto morto como um rosto de negação da vida, algo tão perturbante que seria preferível uma ausência:

    "Amei-te em verdade e transparência
    E nem sequer me resta a tua ausência,
    És um rosto de nojo e negação
    E eu fecho os olhos para não te ver"

    Capta bem o olhar do mundo dos vivos sobre o mundo dos mortos, que está sempre "para além" e que nunca nos pode ser totalmente compreensível...

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  3. Este poema... Ai, este poema...

    E esta declamação... Ai, esta declamação!

    Há uma força tremenda em tudo isto.

    :)

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  4. Quando fiz o post lembrei-me de ti, Paulo :)
    E pensei também na Sandra e na Raquel (estivemos uma eternidade sentadas em frente a este quadro do Carbonero...)

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  5. Sim, já me constou... ;)

    Eu publiquei este vídeo no blog e fb no dia da poesia e a Sandra comentou-o dizendo isso mesmo. ;)

    Às vezes penso no vosso passeio e fico a pensar no quanto gostaria de ter estado em muitas das vossas conversas. ;)

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