quinta-feira, 30 de abril de 2009

A colecção educativa do C.N.E.A.












Quando olho para estes livrinhos nunca sei se hei-de rir ou chorar.
Foram criados nos anos 50 pelo CNEA (Campanha Nacional de Educação de Adultos) para pôr os portugueses a ler. Decorria à época um processo de alfabetização massiva (sendo ainda assim a nossa taxa de analfabetismo uma das mais altas da Europa) e era necessário dar livros ao povo.
Livros bem escolhidos, entenda-se, com um discurso bem peneirado, tom paternalista com vista à dócil infantilização e temas ligeiros que não fizessem os camponiozinhos puxar muito pela cabeça. O objectivo não era dar grandes ideias ao pessoal.
Penso que esta colecção terá cerca de 100 títulos, divididos por diversas séries (a serie A era doutrina; a B, informação e Propaganda e da C em diante encontrávamos temas como história pátria, educação moral e cívica, educação familiar, agricultura, industrias caseiras, etc).
A verdade é que estes livrinhos, apesar de transpirarem Salazarismo por todos os poros (ou talvez também por isso) têm um certo encanto e muito boa apresentação se pensarmos que eram vendidos a baixo preço (os que sobreviveram à fúria anti-fascista não são hoje tão baratos como isso...).
Só nesta colecção encontramos autores que assinam "Marimilia" e títulos como "doenças dos bichos", "a nossa amiga electricidade" ou "geometria ao canto da lareira"... e sim, eram destinados a adultos.
um pouco mais, aqui.

(desabafo)

ALTERNATIVOS- é o que nos chamam antes de nos fecharem no quarto dos fundos
:(

Más noticias logo pela manhã...

A menina gosta de marionetas...

...e vai ficar muito triste se a Bienal Internacional de Marionetas de Évora este ano não se realizar por falta de apoio do Ministério da Cultura.
Os senhores do ministério são uns chatos encerrados em gabinetes climatizados. Obviamente não conhecem a realidade cultural do seu país. E nunca se emocionaram com um espectáculo de marionetas. Ok, provavelmente nunca se emocionaram. ponto.
Não existe nada como o BIME! Nos dias que dura o festival, é quase impossível andar na rua sem tropeçar num marionetista. Geralmente, pelo menos metade dos espectáculos é gratuito e chega a pessoas de todas as idades e estratos sociais. Pessoas que raramente têm acesso a manifestações artísticas de qualidade. Há também exposições e espectáculos pagos no Teatro Garcia de Resende. Aqueles dias são um oásis no Alentejo, acreditem.
Fazem falta.
Para ajudar a fazer pressão, assinar aqui:
Petição Bienal Internacional Marionetas de Évora



segunda-feira, 27 de abril de 2009

são cada vez mais...



A serigrafia do Alberto Corradi que a partir de hoje também me vai acompanhar (enquanto trabalho, sim...)

ah! e a banda sonora do dia é Bohemian Rhapsody, dos Queen:

So you think you can stone me and spit in my eye.
So you think you can love me and leave me to die.
Oh, baby, can't do this to me, baby...)

são cada vez mais



os que olham por mim enquanto trabalho.

domingo, 26 de abril de 2009

tão bom que tenho mesmo de partilhar...


Melhor que a mochila do Sport Billy e a mala da Mary Poppins, só mesmo o caderno mágico de Evelien Lohbeck (n.1983).
Trata-se de uma curta metragem de animação merecidamente premiada.
É um prazer ver esta menina a olhar o mundo. ela é perspicaz, criativa e inteligente
e o site dela é fantástico, até faz inveja... Vejam também o curtíssimo Bird Catch.


um presente catita!


Do Fallorca :)
Belo cházinho!
Já agora, quem tiver uma mesa destas de que se queira livrar... é que eu tenho uma máquina Singer de 1914 mas falta-lhe a estrutura... ( é linda! qualquer dia posto aqui...)

a banda sonora do dia



Hoje a anita está em Depeche Mode.
Mais que a banda sonora do dia, esta faz parte da banda sonora da minha vida...
(este silêncio é para ouvir com o volume no máximo...)

sábado, 25 de abril de 2009

a banda sonora do dia

Ouço a Margarida Pinto com o poema de Fernando Pessoa a correr-me por detrás dos olhos.
Parece-me estranho que alguém se tenha lembrado de interpretar o Apontamento daquela forma. Com aquele embalo todo, o sentido do texto altera-se profundamente, mas ainda assim gosto dele. É um dos meus poemas favoritos. De vez em quando também me desfaço em cacos...
Para ler é só ir aqui.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

25 de Abril



Hoje parece-me um dia excelente para lembrar que aqui no alfarrabista a caixinha dos comentários se encontra sob o domínio do lápis azul (no caso um Viarco vintage...).
Acontece que nunca dei uso ao poder de não publicar um comentário.
Peço-vos por isso que celebrem comigo o 25 de Abril. Enviem comentários, expressem o que vos vai na alma, que eu vou ter o prazer de não publicar nada.
:)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

fragmentos




Aleksandr Kuprin (1870-1938)
"O Duelo"
Ed. Livraria do Globo, 1933

quarta-feira, 22 de abril de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Mais fotos encontradas

Uma suprema elegância. Esta foto faz parte de um maravilhoso album de família que encontrei há anos atrás numa rua de Lisboa (abandonado ao lado de um ecoponto). O potencial ficcional de uma fotografia encontrada fascina-me sempre, mas este album é uma verdadeira arca do tesouro. Pelo verso das fotografias podemos descobrir que foram tiradas em Saigão, Argel, Nice, Nova Iorque. Todas as pessoas retratadas são lindas, e é possível seguir uma história de amor, um casamento oriental, bailes de máscaras, crianças a crescer. Foi também nesse album que descobri a foto que se segue, uma das mais enigmáticas da minha colecção: duas crianças vestidas de vermelho a correr pelo deserto.


a banda sonora do dia

 
 
Dedicada a todas as mamãs que se levantam a meio da noite para combater as forças do mal que invadem os sonhos dos filhos.
Posso estar acordada desde as 4 da manhã e parecer um zombie mas... I Have The Power!!!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Ando com saudades

Dos contos de Lua Cheia, em Évora (principalmente as sessões na Harmonia, que eram uma delícia).
Em Lisboa não há contadores de histórias?!

A História Interminável

Fora os desenhos animados, foi o primeiro filme que vi no cinema. Tinha 6 anos e tive de fazer um esforço muito grande para ler as legendas até ao fim, mas vivi intensamente esta aventura... Ainda me lembro do que sofri com a cena em que o cavalo de Atreyu se afunda no Pântano da Tristeza por não conseguir acreditar que era possível atravessá-lo. E a imagem daqueles livros misteriosos e poeirentos abriu-me o apetite para sempre...
Este remix com música dos Pink Floyd (High Hopes) é trabalho de um fã e está uma maravilha.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Ingenuidade e açúcar


Hoje, não sei a que propósito, lembrei-me da Candy Candy.
Pensei: será que ainda alguém se lembra daqueles desenhos animados? Googlei... e cheguei a 35.500.000 resultados em 0,26 segundos.
Com a quantidade incrível de animes que o Japão exporta, a açucarada Candy Candy que nos anos 80 inaugurou em Portugal o gosto pelas bonecas de olhos gigantes continua a ter um lugarzinho em milhares de saudosos corações. Gente que procura ansiosamente os episódios que faltam na sua colecção e que se dá ao trabalho de traduzir (do espanhol, do francês e do japonês!) e legendar a série.
E eu a pensar que já ninguém se lembrava... santa ingenuidade a minha.

Binaca





Design complexo, o deste folheto... com copos a girar e tudo.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Ovos da Páscoa



...Fin de siècle, que aqui a menina aprecia sempre um toquezinho decadente.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

a banda sonora do dia



É impressão minha, ou o meu sax de estimação está por ali?!
Um beijinho, Filipe. Força para este novo ciclo ;)

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Ohh...



Estava no Feltbug. O epitáfio de uma livraria.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Das Redes



As redes serão o ícone cultural do século XXI

http://www.visualcomplexity.com/vc/

Manuel Lima na Ípsilon

Sinto que mais alguém me segue...

...que bom!
e não, não me parece que seja complexo de perseguição ;)

Handmade Nation


Este é o documentário que anda a agitar os bloggers de tendência indie craft por todo o mundo e que eu espero poder ver um dia em Portugal.
Entretanto, no Museum of Contemporary Craft, está uma exposição muito prometedora de Mandy Greer. Não tenho a certeza se criar nichos para as correntes mais crafty da arte contemporânea será o melhor caminho (o tricot já esteve mais longe do grafitti), mas sinto falta de uma plataforma em Portugal onde estes trabalhos possam ser mostrados num contexto digno.

E por falar em dignidade, afirmo publicamente a minha total solidariedade para com a Rosa Pomar, vergonhosamente plagiada à escala industrial.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

a banda sonora do dia



Obrigada Fallorca...

amigas


fotografia encontrada em Lisboa, em 2007