domingo, 23 de maio de 2010

ainda

a propósito daquele post.
Tristan A. Guimet mostrou-me este poema de Al berto:

"amedeo:
certo dia, quando pintava o retrato de soutine e a mão deixara de me seguir, soutine disse-me:
- bebes para te matares.
e eu perguntei-lhe:
- e tu, soutine, o que te levou à tentativa de te enforcares?
saímos, depois, em silêncio para a rua. vimos o sena latejar sob as pontes e engolir as estrelas da imensa noite de paris.


jeanne:
soutine tinha razão. os anos passaram, não muitos, e amedeo tentara arranjar coragem para deixar de beber. foi inútil, e às vezes era violento - apesar de saber que eu nunca o abandonaria.


amedeo:
jeanne pressentiu que eu não precisaria de muito tempo para realizar a minha obra. sempre vivi como um meteoro.


soutine:
a 25 de janeiro de 1920, jeanne soube da morte de amedeo. refugiou-se num quarto em casa dos pais, num quinto andar. abriu a janela e saltou para junto dele."

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